sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Manchas Escarlates, parte final

Ela acordara aquele dia com medo. Não conseguiu dormir na noite anterior e estava feliz por já ser noite; aquele dia terrível estava terminando. Fazia cinco anos que passara por aquela experiência horrenda. Ela nunca esqueceu o que sofreu. Todos os dias se lembrava daquelas horas de dor interminável. Mas nos aniversários da data, parecia que a dor retornava junto com as lembranças...

Ela lembra claramente que foi um dia regado a devaneios, sendo corroída pela dúvida de não saber se sobreviveria àquele dia que havia terminado tragicamente. Estava perdendo sangue aos poucos. Imaginou o corpo do marido, lembrou-se de todos os planos que havia feito. Não sabia se queria continuar viva. Apenas desejava que a dor parasse. Viu a luz do sol resistindo à densa cortina, a dor estava diminuindo... seu corpo parou de resistir às correntes que a amarravam... viu seu marido descendo as escadas com um belo sorriso no rosto. Mas quando se aproximou dela, o belo sorriso se transformou em um maquiavélico e aquele não era mais seu marido, mas sim o homem que a torturara... procurou força para gritar mas não a encontrou; nesse instante ele desapareceu como um fantasma. Estava delirando.

Lembra-se do telefone tocando, vozes às vezes histéricas e às vezes preocupadas falavam para uma secretária eletrônica. Será que demorariam para encontrá-la? Será que sentiriam falta dela?! O que seria da vida agora? Encontraria forças para seguir com sua vida caso sobrevivesse àquilo? Será que ele pagará pelo o que fez? Perguntas que ela não sabia a resposta.O sol começou a sumir da sala, a escuridão apareceu, e com ela, o desespero. Será que ele voltaria para torturá-la ainda mais?! Um dia se passara e ninguém a havia procurado. Será que estava fadada a morrer naquele lugar? Uma chuva fina começou a fazer barulho nas janelas de vidro, um vento frio invadiu a sala. O frio que sentia no seu coração estava se materializando no exterior.O sol estava aparecendo novamente na sala, mas a noite não levou consigo o frio. Estava pensando em como havia vivido até aquele momento, chegou à conclusão de que certamente iria para o inferno. Se arrependeu das escolhas erradas que fez no passado. Desejava ter tido a força necessária para lutar contra seu pai. Sabia que seu destino seria diferente se tivesse lutado. Imaginou um futuro diferente: nesse instante ela percebeu que aquele era o homem que sempre amou.Seus pensamentos foram interrompidos por alguém batendo na porta. A voz era de sua vizinha, tentou gritar mas não tinha força para tal, será que ela iria tentar abrir a porta? Um fio de esperança aqueceu seu peito. Ao ouvir a maçaneta girando, o barulho da porta se abrindo, percebeu que estava salva.Aos poucos foi voltando para sua nova vida. Havia cinco anos que estava em uma outra cidade, com um outro emprego e uma nova casa. Todos acharam que ela deveria fugir daquele local de péssimas lembranças. E assim foi feito. Fingia escutar o noticiário local quando ouviu a campainha tocar. Sentiu medo. Foi até a porta e hesitou ao abrí-la. Por ser cedo, abriu-a... Ao olhar na porta, o desespero tomou conta de seu corpo. A máscara de sorriso macabro e um pedaço de papel azul escrito "Agora sim chegou a sua vez" pousavam em seu tapete. Olhou desesperadamente para os lados, trancou a porta e ligou para a polícia. Nesse instante uma mão tampou sua boca e um corpo grande e forte a abraçou por trás. Rapidamente teve seus braços presos por uma algema, sua boca amordaçada e seus pés amarrados por uma corda. Ele olhou profundamente em seus olhos, tirou a mordaça e lhe beijou. Lágrimas começaram a escorrer por sua face nesse instante. Ela queria dizer algo, mas o medo havia levado sua voz embora. Ele a fez engolir a chave das algemas, pegou um saco plástico e colocou em sua cabeça amarrando-o bem forte. O ar em poucos minutos começou a ficar rarefeito dentro daquela armadilha plástica. Se debatia loucamente no chão, procurando por oxigênio em algum lugar... Seu corpo de repente parou.O último rosto que viu foi o de seu amor e carrasco. Ele caminhou em direção à maciça porta de madeira, girou a maçaneta, limpou os pés, e saiu de lá com a cabeça erguida e a sensação de dever cumprido. Ao longe, ouviu o barulho de sirenes vindo em direção àquela casa.
Estava terminado.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Manchas Escarlates, parte 02

Seus olhos foram abrindo vagarosamente, a luz vinda do lustre inundou sua visão, deixando-a cega por alguns instantes. Tudo isso foi um pesadelo?! -pensou. Tentou se mover, não conseguiu, algo estava prendendo suas pernas e braços, estava amarrada... A realidade a atingiu como um banho gelado, esta nua numa maca, presa por seus pulsos e canelas. Olhou para sua direita e o viu sentado no sofá, a encarando com aquele sorriso macabro no rosto, segurando uma taça de martini vazia. Olhou para sua esquerda, viu objetos que a fez sentir um frio na espinha.

Ele se levantou, colocou a taça na mesa ao lado do sofá soltou um suspiro de satisfação e começou a falar sobre coisas. Coisas que aconteceram em um passado: uma cadeia estadual, uma cela lotada, sofrimento, anos sem uma visita sequer... E coisas que aconteceram em um passado distante: um olhar, uma paixão de escola, um encontro, um namoro.


Isso fora suficiente para fazê-la lembrar de seu passado há muito esquecido. Ele, foi seu primeiro namorado. Era uma tarde de inverno, faziam um trabalho de quimica que ficou pronto bem antes do esperado. A casa estava vazia, e ficaria assim por mais três horas. Um abraço se tornou um beijo e esse beijo foi o caminho para a entrega... e em pouco tempo os dois estavam nus, explorando o corpo um do outro como dois vampiros sugando sangue novo. A inexperiência e o medo não os impediram de se entregar ao desejo e ao amor. Aconteceu ali mesmo, na sala de estar da casa dele. Um momento único de paixão, entrega e saciação. Ela, saiu da casa dele mulher, mais apaixonada e com a certeza do desejo de passar o resto da sua vida ao lado dele. Mas essa não foi a visão de seus pais, que fizeram com que aquele momento especial se tornasse um pesadelo. Seu pai falou que ela fora estuprada, e ela nada negou. Todos acreditaram. Ele, foi condenado ao cárcere, e ela, a consultas com um psicólogo para amenizar o "trauma". Agora sabia o porque de estar passando por aquilo... a sede que ele tinha não era de seu sangue, era de vingança.


Ele tocou seu rosto frio e suado, falou de como sua beleza não havia mudado, de como seu corpo continuava lindo e desejável... Falou que nesta noite ela iria passar por tudo que ele passou nos anos em que esteve na cadeia. Rapidamente ele se despiu. Começou a acaricia-la com mais desejo, passando suas grossas mãos por seus fartos e delicados seios. Ela sentiu nojo de si e dele, pediu inúmeras vezes para ele parar, mas isso apenas o motivou a continuar. Há quanto tempo estava sem tocar um corpo macio de mulher? Desejava aquilo desde o dia em que planejou sua vingança. Aquela era a hora do predador se deliciar com sua presa. Estava em cima dela. O fato dela estar amarrada só aumentava seu prazer. Ela estava chorando, implorando para ele parasse com aquilo. Ele deu um tapa em seu rosto e falou que estava apenas fazendo o que ela disse, cometendo o crime que o fez ir para a cadeia. Ele chegou no ápce do prazer, percebeu o quão bom era fazer aquilo.
Ela, continou chorando...


Agora, já vestido, falou para ela que iria faze-la sentir todos os sofrimentos que ele sentiu quando estava na cadeia. Com um pedaço de silver tape a amordaçou, pegou um alicate que estava posicionado na ponta da mesa e começou a arrancar-lhe as unhas, falando que cada uma representava as torturas sofridas por ele na cadeia. Seus gritos de dor foram abafados pela fita, mas seus olhos mostravam o quanto doía. Quando terminou, haviam dezessete unhas no carpete manchado de sangue. Para não infeccionar ele pegou um balde de alcool e mergulhou suas mãos e pés. Ele disse que se preocupava com sua saúde.


A única coisa em que ela conseguia pensar era no quanto queria morrer. Desejava isso profundamente... Seus pensamentos foram interrompidos pelo fino corte de uma lâmina, uma dor aguda passou por todo seu corpo e foi traduzido por uma lágrima que escorreu pelo seu rosto. O que era aquilo agora?! Sentiu outro corte em sua perna esquerda, e outro, e outro. Ele então parou e disse: "-Isso minha querida, são pelos dias que passei na cadeia" - o horror ficou claro em seu rosto - "ainda faltam dois mil cento e oitenta e seis cortes... olha que interessante faltam exatamente três horas para o nascer do sol. Temos tempo de sobra para fazer o que quisermos." Nesse momento ele a beijou nos lábios e continuou a corta-la.


O carpete estava escarlate por ter absorvido o sangue que escorria dos pequenos cortes. Seu corpo todo ardia... ela não suportava mais aquilo. "Será que ele não vai parar?" - pensou. Ele lentamente se afastou de seu corpo, foi até o bar e preparou outro martini. Olhou o relógio, faltava menos de meia hora para o sol iluminar aquela luxuosa sala de estar. Ele pegou a taça de martini, sentou-se no sofá e bebeu observando o que ele considerava ser uma obra de arte viva. Terminada a bebida, ele se levantou e se aproximou dela, olhou no fundo de seus olhos castanhos, falou algo que ela não conseguiu entendeu, estava quase desmaiando... Ele pegou o balde de álcool e jogou o líquido por seu corpo. A dor extrema a fez se contorcer despertar. Ele disse que estava na hora de ir... que adorou as horas de diversão. Ela olhou para ele pedindo piedade, ele virou para ela e disse: "Espero que alguém sinta sua falta e venha à sua procura, seria uma pena você morrer agora e dessa maneira...".


E lá ela ficou, amarrada em uma maca com um tecido não mais imaculado, nua, com o corpo sangrando, sentindo uma dor que nunca havia sentindo antes, torcendo para que alguém a resgatasse. Aos poucos foi perdendo a força que havia restado, então, seus olhos se fecharam enquanto o sol nascia.



sábado, 15 de agosto de 2009

Manchas Escarlates, parte 1

Ela ouviu a campainha tocar, olhou o relógio, era tarde... vestiu o roupão cor de cereja e começou a descer as escadas, se perguntando quem podia ser aquela hora.
Ao abrir a porta viu que nada havia lá além de um pequeno pedaço de papel azul escrito "não se preocupe, ainda falta você".
Ela, nada entendeu, trancou a porta e subiu as escadas pensando no quanto trabalho teria para fazer ao amanhecer.

Ao abrir a porta de seu quarto, o choque... encontrou seu marido banhado em seu próprio sangue, sem vida. A primeira reação que teve foi gritar por socorro, mas ninguem a escutaria, já que todos os empregados naquele instante se encontravam na mesma situação que seu marido.
O desespero tomou conta de seu corpo... o assassino estava em seu lar. Ele poderia estar em qualquer lugar daquela enorme casa.
Agora o bilhete que ela encontrara na porta fazia sentido, ela seria a próxima... mas porque não a matara antes? Por que a deixara viva para ver o amor de sua vida morto?! Ela não sabia o que fazer...

Será que ele estava em seu quarto? Começou a procurar desesperadamente, constatou que não. Trancou a porta, e começou a chorar pelo seu marido, pegou o telefone para ligar para a polícia, ele estava mudo. "Será que ele cortou os fios do telefone?" - Pensou - "muito provavelmente". Lembrou-se do celular, procurou sua bolsa pelo quarto, mas parou ao se lembrar que sua bolsa que se encontrava na sala de estar, do outro lado da casa... procurou pelo celular do marido, não o encotrou. Viu uma marca de sangue onde ele deveria estar, o assassino o pegara.

Sentou-se em posição fetal e pensou, pensou no que poderia fazer para sair daquela situação, pensou no que seria da sua vida. Não conseguiu visualizar um futuro.

De repente, escutou passos do lado de fora do quarto, o medo apoderou-se dela mais uma vez, ela sabia que era aquele que matou o seu marido. Ele estava em frente a porta, imaginou o que ele estava pensando agora, será que ele tinha sede de sangue?! De seu sangue?! Pensou em abrir a porta e o ataca-lo, mas o que poderia naquele quarto se tornar uma arma?! Foi ao armário e procurou por algo, encontrou os tacos de golfe do marido. Lembrou-se da discussão que tiveram quando ele chegou em casa com os tacos novos, se arrependeu... uma lágrima caiu de seu pálido rosto, mas aquela não era hora para lágrimas, expulsou-a de suas bochechas manchadas de sangue alheio, respirou fundo e foi até a porta, destrancou-a. Nesse momento uma machadinha arrebenta a porta, ela percebeu que era tarde demais, como último fio de esperança, temendo por sua vida, correu e se trancou no banheiro... apenas alguns segundos para o assassino arrebentar a porta por completo e entrar no seu quarto. Ela sabia que seu taco de golfe não era nada comparado àquela arma que o assassino carregava... ela ouviu seus passos, estava agora a poucos metros dela... Ela podia sentir o gosto morte...

Viu novamente a lâmina da machadinha, sabia que aquela era a hora de morer, desejava aquilo, não aguentava mais aqueles momentos de terror... mal sabia ela o que estava para acontecer.
A porta arrebentou depois de algumas machadadas e um chute. Ela viu a figura daquele monstro, uma máscara com um sorriso macabro e olhos azuis penetrantes. Ela teve a sensação de já ter se encontrado com aqueles olhos antes, em algum momento da sua vida... Pensou rápido e bateu com o taco de golfe em sua cabeça, fazendo a máscara trincar revelando um belo cabelo dourado. Ele cambaleou e caiu, ela aproveitou para sair correndo, mas quando estava quase alcançado a porta, o assassino agarrou seus longos cabelos negros fazendo com que ela caísse no chão. Nesse momento ela soube que ele estava sorrindo...

Ela foi arrastada pelos cabelos escada abaixo, a única coisa que sua visão alcançava era uma lâmina suja de sangue que era carregada pela mão direita daquele homem. Chegou em sua sala de estar, mas notou que ela estava diferente, havia uma maca coberta por um tecido branco imaculado e uma mesa com algumas objetos que não conseguiu identificar.

Então, tudo enegreceu.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Dezenove.

InVASaAaAAuM BY LuiZzZzz!!!!11!
Tá, chega de orkutice. =X

Então né, 3h da manhã e me pedem (leia: ela) pra escrever um post sobre o aniversário da criatura dona deste blog.

Não sei exatamente o que escrever aqui, mas:
Feliz aniversário, Ysa! \o/
Parabéns por ter completado dezenove aninhos, ou 6940 dias de vida. Que na sua jornada até os 20 você passe por infinitas felicidades e continue a sempre exibir ao mundo sua característica mais awesome: seu sorriso.
Cá estou, mesmo longe, desejando-lhe o melhor sempre. (E, possivelmente, te fazendo sorrir nas piores horas)

Sei que o melhor presente você não vai ganhar dessa vez, mas someday, somehow vai. ;D

=***
Te amo. <3

De seu namorado, um homem eterna e infinitamente apaixonado por você.
kthxbai. o/

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Equalize

Equalize - Pitty.

Quase não tem musica brazuca aqui...






"Às vezes se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você
Já vi que não posso ficar tão solta
Me vem logo aquele cheiro
Que passa de você pra mim
Num fluxo perfeito
Enquanto você conversa e me beija
Ao mesmo tempo eu vejo
As suas cores no seu olho, tão de perto
Me balanço devagar
Como quando você me embala
O ritmo rola fácil
Parece que foi ensaiado
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é

Eu vou equalizar você
Numa freqüência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim
Adoro essa sua cara de sono
E o timbre da sua voz
Que fica me dizendo coisas tão malucas
E que quase me mata de rir
Quando tenta me convencer
Que eu só fiquei aqui
Porque nós dois somos iguais
Até parece que você já tinha
O meu manual de instruções
Porque você decifra os meus sonhos
Porque você sabe o que eu gosto

E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar
E o tempo é só meu
E ninguém registra a cena
De repente vira um filme
Todo em câmera lenta
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é
Eu vou equalizar você
Numa freqüência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim (2x)"


Te amo <3