sábado, 15 de agosto de 2009

Manchas Escarlates, parte 1

Ela ouviu a campainha tocar, olhou o relógio, era tarde... vestiu o roupão cor de cereja e começou a descer as escadas, se perguntando quem podia ser aquela hora.
Ao abrir a porta viu que nada havia lá além de um pequeno pedaço de papel azul escrito "não se preocupe, ainda falta você".
Ela, nada entendeu, trancou a porta e subiu as escadas pensando no quanto trabalho teria para fazer ao amanhecer.

Ao abrir a porta de seu quarto, o choque... encontrou seu marido banhado em seu próprio sangue, sem vida. A primeira reação que teve foi gritar por socorro, mas ninguem a escutaria, já que todos os empregados naquele instante se encontravam na mesma situação que seu marido.
O desespero tomou conta de seu corpo... o assassino estava em seu lar. Ele poderia estar em qualquer lugar daquela enorme casa.
Agora o bilhete que ela encontrara na porta fazia sentido, ela seria a próxima... mas porque não a matara antes? Por que a deixara viva para ver o amor de sua vida morto?! Ela não sabia o que fazer...

Será que ele estava em seu quarto? Começou a procurar desesperadamente, constatou que não. Trancou a porta, e começou a chorar pelo seu marido, pegou o telefone para ligar para a polícia, ele estava mudo. "Será que ele cortou os fios do telefone?" - Pensou - "muito provavelmente". Lembrou-se do celular, procurou sua bolsa pelo quarto, mas parou ao se lembrar que sua bolsa que se encontrava na sala de estar, do outro lado da casa... procurou pelo celular do marido, não o encotrou. Viu uma marca de sangue onde ele deveria estar, o assassino o pegara.

Sentou-se em posição fetal e pensou, pensou no que poderia fazer para sair daquela situação, pensou no que seria da sua vida. Não conseguiu visualizar um futuro.

De repente, escutou passos do lado de fora do quarto, o medo apoderou-se dela mais uma vez, ela sabia que era aquele que matou o seu marido. Ele estava em frente a porta, imaginou o que ele estava pensando agora, será que ele tinha sede de sangue?! De seu sangue?! Pensou em abrir a porta e o ataca-lo, mas o que poderia naquele quarto se tornar uma arma?! Foi ao armário e procurou por algo, encontrou os tacos de golfe do marido. Lembrou-se da discussão que tiveram quando ele chegou em casa com os tacos novos, se arrependeu... uma lágrima caiu de seu pálido rosto, mas aquela não era hora para lágrimas, expulsou-a de suas bochechas manchadas de sangue alheio, respirou fundo e foi até a porta, destrancou-a. Nesse momento uma machadinha arrebenta a porta, ela percebeu que era tarde demais, como último fio de esperança, temendo por sua vida, correu e se trancou no banheiro... apenas alguns segundos para o assassino arrebentar a porta por completo e entrar no seu quarto. Ela sabia que seu taco de golfe não era nada comparado àquela arma que o assassino carregava... ela ouviu seus passos, estava agora a poucos metros dela... Ela podia sentir o gosto morte...

Viu novamente a lâmina da machadinha, sabia que aquela era a hora de morer, desejava aquilo, não aguentava mais aqueles momentos de terror... mal sabia ela o que estava para acontecer.
A porta arrebentou depois de algumas machadadas e um chute. Ela viu a figura daquele monstro, uma máscara com um sorriso macabro e olhos azuis penetrantes. Ela teve a sensação de já ter se encontrado com aqueles olhos antes, em algum momento da sua vida... Pensou rápido e bateu com o taco de golfe em sua cabeça, fazendo a máscara trincar revelando um belo cabelo dourado. Ele cambaleou e caiu, ela aproveitou para sair correndo, mas quando estava quase alcançado a porta, o assassino agarrou seus longos cabelos negros fazendo com que ela caísse no chão. Nesse momento ela soube que ele estava sorrindo...

Ela foi arrastada pelos cabelos escada abaixo, a única coisa que sua visão alcançava era uma lâmina suja de sangue que era carregada pela mão direita daquele homem. Chegou em sua sala de estar, mas notou que ela estava diferente, havia uma maca coberta por um tecido branco imaculado e uma mesa com algumas objetos que não conseguiu identificar.

Então, tudo enegreceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário