Ônibus.

Duas horas por dia, cinco dias na semana, quatro semanas em um mês, onze meses por ano. Passamos mais ou menos 18 dias dos 365 que temos no ano, dentro de um ônibus. Muitas vezes estudando, lendo revista, conversando com a pessoa que sentou no banco ao lado, curtindo a viagem ou até mesmo dormindo.
Quem tem em sua rotina diária ir para a parada, pegar um ônibus e ir para qualquer lugar que seja, já percebeu que quase sempre as mesmas pessoas pegam esse ônibus. É possível fazer colegas, amigos e até namorados dentro deste meio de transporte coletivo. As pessoas se tornam tão amigas que acabam cantando “parabéns pra você” a um aniversariante, fazendo festa para alguém que foi promovido ou até ajudam a levar ao hospital uma moça grávida que acabou de entrar em trabalho de parto (o pior é que isso aconteceu comigo... super sinistro...)
Muitas pessoas ganham a vida dentro de ônibus, e não falo do motorista e do cobrador, falo daqueles que não tem a oportunidade de ter um emprego fixo, e para sustentar sua família acabam vendendo balinhas, canetas, cartões, etc., fora os comediantes que acabam deixando nosso fim de dia mais alegre, ou não.
Ao andar de ônibus podemos observar também que a gentileza e a cidadania estão desaparecendo na sociedade. É algo comum pegar ônibus lotado, o que não é comum é ver idosos e deficientes sem lugar porque uma outra pessoa está “dormindo” no lugar reservado para eles, ou então ver uma pessoa em pé segurando apostilas, livros e mochila e uma pessoa que está sentada não se oferecer para segurar o material, ou até mesmo um jovem ver uma pessoa mais velha em pé e não oferecer a ela seu lugar.